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Auzenda de Oliveira
Uma pocaricense de renome internacional
"Popular e notável actriz do teatro musicado, nascida na Pocariça (Cantanhede) em 20-IV-1888. A sua estreia realizou-se na cidade de Beja, em 1902, em condições interessantes.
Acompanhava, nessa altura, sua mãe, a actriz Isabel de Oliveira, numa "tournée" que o empresário Eduardo Raposo organizara pela província. Chegando a companhia a Beja, a artista que fazia o papel de 'Serafina', no Moleiro de Alcalá, deixou-se raptar por um apaixonado.
A Auzenda tinha uma extraordinária vocação artística que devia ser aproveitada. Em Junho de 1904, Auzenda fazia a sua estreia oficial no Teatro Avenida, na Companhia Sousa Bastos, com a opereta A Boneca, seguindo-se outras peças.
Com a junção da Companhia Sousa Bastos com a do D. Amélia (S. Luís Braga), surgiu um vasto reportório de operetas em que Auzenda patenteou exuberantemente o seu extraordinário valor.
Passou depois para o Teatro Avenida (Companhia José Ricardo), entrando nas revistas ABC, Favas Contadas e outras. Contratada pelo empresário Luís Galhardo, seguiu para o Porto tendo desempenhado papéis importantes nas operetas: Viúva Alegre, Sonho de Valsa, Princesa dos Dólares, Conde de Luxemburgo, Casta Susana, Vendedor de Pássaros, Bocáccio, O Rei Danado, O Rei dos Sovietes, Paganini, O Soldado de Chocolate, Enfim, Sós!, Gueisha e nas revistas: Dia de Juízo, Ovo de Colombo e Verdades e Mentiras.
Na Companhia Armando de Vasconcelos era a estrela, tendo criado papéis inolvidáveis nas peças A Leiteira de Entre-Arroios, O Príncipe Orlof, O Milagre da Aldeia, Baiadeira, Benamor, Moreninha e Prima Inglesa. Todo este reportório representou-o ela no Brasil durante quatro épocas, e com êxito absoluto, podendo dizer-se que era a Auzenda a sua grande, senão a única razão de ser exibido. Regressando a Portugal, foi contratada pelo empresário Taveira, tendo feito: Amores de Príncipe, O Rei das Montanhas, Eva, Dama Roxa, Sibill, A Lenda das Tarlatanas, J.P.C., Frasquita, Rainha do Cinema, Os Sinos de Corneville, Os Maridos Alegres, Duquesa de Bal Tabarin, As Meninas do Music-Hall, O Posto na Rua e A Rapioca. Mas a sua voz privilegiada tinha recursos para mais, muito mais. E assim cantou as óperas Cavalaria Rusticana e Boémia, merecendo os aplausos até da crítica mais exigente.
No Teatro Politeama (empresa Luís Pereira) trabalhou, com Palmira Bastos e Maria Matos, em numerosas peças, entre as quais se destacaram A Rainha de Biarritz e Mamã. Em boa verdade, Auzenda de Oliveira foi a grande vedeta teatral do seu tempo, no teatro ligeiro, e, sempre que abordou a comédia fê-lo com brilhantismo, como, por exemplo, quando, durante centenas de noites, fez as delícias de um público entusiástico na interpretação da protagonista do "vaudeville", O Ás, no Teatro do Ginásio.
Auzenda disfrutou de uma popularidade sem limites e era a grande favorita do público. Motivos de saúde e a desaparição do género opereta dos palcos portugueses, causaram o brusco e injusto eclipse total desta verdadeira estrela."In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Ilustrada com cerca de 15.000 Gravura e 400 Estampas a Cores, vol. XIX, Editorial Enciclopédia, Limitada, Lisboa-Rio de Janeiro, [s.d.], p. 357. Por informação recebida de seus familiares(Maria Tereza Dimas, bisneta da actriz), ficamos a saber que o seu falecimento foi a 16 de Agosto de 1960, em Lisboa (Hospital de Dona Estefânia) Portugal.
Isabel de Oliveira A mãe de Auzenda de Oliveira
"Popular actriz, nascida na Pocariça (Cantanhede) em 5-IV-1867, e falecida em Lisboa, em 6-IV-1915. Tornou-se muito popular no teatro ligeiro pelo encanto que insuflava às suas criações e pela sua voz agradável. O seu nome completo era Maria Isabel da Costa Oliveira, mas o público conhecia-a por Isabel Tainha, visto ser este o apelido dos seus avós, também artistas. Do seu casamento com o actor Henrique de Oliveira, nasceram as actrizes Auzenda, Carmen e Egídia de Oliveira e o violinista Raul de Oliveira, podendo dizer-se que, só com esta família, conseguiria organizar-se uma companhia teatral, a que poderiam ser agregados o actor José Vítor, e a cunhada Carmen de Oliveira que, além do teatro, se dedicara a trabalhos de acrobacia. Trabalhou nos Teatros Príncipe Real e Rua dos Condes, tendo alcançado grande prestígio com as peças Pera de Satanás e João José. Passando para o Teatro Avenida, contratada por Salvador Marques, brilhou em todas as revistas ali representadas, seguindo em várias digressões pela província. Afastando-se do teatro durante um longo período, reapareceu no palco do Teatro S. Luís, com a revista ABC, onde se encontrava, em pleno êxito, sua filha Auzenda. Convidada pelo actor Artur Duarte, foi à Alemanha gravar discos, mas tendo eclodido a Grande Guerra, viu-se forçada a regressar à Pátria."
In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Ilustrada com cerca de 15.000 Gravura e 400 Estampas a Cores, vol. XIX, Editorial Enciclopédia, Limitada, Lisboa-Rio de Janeiro, [s.d.], p. 370.
Henrique de Oliveira
O pai de Auzenda de Oliveira
Henrique de Oliveira foi "actor e empresário, nascido a 30-IV-1865 e falecido a 4-II-1935. Era filho do empresário Joaquim de Oliveira, palhaço e director de um circo ambulante. Estreou-se na companhia infantil do "Dallot", como acrobata, e depois como actor num teatro de Cantanhede, na Companhia Tainha, representando um papel insignificante na peça
O Bombeiro Municipal
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Esteve muito tempo na companhia do actor Domingos e foi casado com a actriz Isabel de Oliveira, a "Isabel Tainha". Foi também empresário e esteve treze anos na Companhia Satanela-Amarante.
In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Ilustrada com cerca de 15.000 Gravura e 400 Estampas a Cores, vol. XIX, Editorial Enciclopédia, Limitada, Lisboa-Rio de Janeiro, [s.d.], p. 369.
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