Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz - nasceu a 7 de Outubro de 1920 em Avis; viveu a infância em Góis, Santo Amaro de Oeiras e Cantanhede.
Completa o curso liceal em Coimbra e faz os preparatórios militares na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Em Out40 concorre à frequência do curso de Infantaria da Escola do Exército; em 1942 segue para a EPI-Mafra onde faz o tirocínio a aspirante-a-oficial e em 1943 fica colocado no RI10-Aveiro, como oficial do Quadro Permanente; nesse ano é mobilizado para os Açores pelo BI20/EPI-Mafra com o posto de alferes do QP, e presta serviço na ilha do Faial e no BII17 na ilha Terceira até final da IIGM. Regressado à Metrópole em 09Mai45 com o posto de tenente, é colocado sucessivamente no RI12-Coimbra e no BMtr2-Figueira da Foz.
Em 1950 segue para Angola com o posto de capitão e fica colocado no Regimento de Infantaria de Luanda até 1955; regressado a Lisboa, faz em 1957/58 em Caxias o curso de promoção a oficial superior (dirigido pelo coronel Amadeu Soares Pereira, sendo professor o coronel Alberto Araújo e Silva): com o posto de major, é sucessivamente colocado no RI9-Lamego e no RI2-Abrantes, de onde segue para a RFA e toma parte em exercícios de Postos de Comando.
Em 10Jun60 regressa a Luanda e fica colocado como segundo-comandante do RIL (RI20); em 03Jan61 é nomeado comandante do BCacEv em Malanje; em 27Fev61 é nomeado comandante do BC3-Carmona e em meados de Mai61 comandante do BCac230-Ndalatando; mas em 22Mai61 é empossado em Luanda no cargo de governador distrital do Uíje, cargo que assume em Carmona em 15Jun61:
- «Ao começo da tarde, a cidade foi receber o seu governador, major Rebocho Vaz. Na transmissão de poderes, realizada imediatamente no Palácio do Governo, a cidade recebeu e guardou na alma a palavra de ordem, que "terá de cumprir-se acima de interesses pessoais mesquinhos, acima de egoísmos que hoje menos do que nunca se compreendem".»; (Orbelino G.Ferreira, in "Braseiro de Morte", pp.212).
Com a patente de tenente-coronel, em 26Out66 é nomeado 200º governador-geral de Angola, funções em que é investido em Luanda em 25Nov66.
Em 29Jul70 recebe ao fim da manhã a inesperada visita do PR Thomaz, em breve escala técnica entre São Tomé e Lisboa; em 18Set70 é promovido a coronel e mantém-se no cargo de governador-geral até 12Set72, data em que regressa definitivamente à Metrópole.
Na década de 80, residente em Coimbra, é nomeado vogal administrativo da comissão instaladora da ARS distrital mas, decorridos 20 meses (ao tempo em que Maldonado Gonelha é o ministro da Saúde), recebe um telex do Ministério para comparecer em Lisboa, onde o chefe-de-gabinete o informa - em nome do ministro - que não pode continuar em funções, «por não ser militante do Partido Socialista nem de outro partido da coligação governamental».
Tem numerosas condecorações nacionais e estrangeiras, nomeadamente: Medalha de Ouro de Serviços Distintos do Ultramar, Medalha Militar de Ouro com palma e Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo.
Morre durante a manhã de 23 de Dezembro de 1998, no Hospital da Universidade de Coimbra.
À excepção do que abaixo se publica, praticamente nenhum OCS produziu qualquer notícia sobre o falecimento daquele antepenúltimo governador-geral de Angola.
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"Norte de Angola, 1961: a Verdade e os Mitos"
Baixa de Cassange, Aldeia Viçosa / Colua, Caxito / Fazenda Tentativa, 3.ª / 4.ª / 5.ª / 6.ª / 7.ª Companhias de Caçadores Especiais
"Norte de Angola, 1961: a Verdade e os Mitos" autor: Camilo Rebocho Vaz * editor: (o autor) 1ªed. Coimbra, 1993 225 págs (c/fotos p/b) 23cm dep.leg: PT-67207/93 |
Jornal de
Matosinhos, de 01Jan1999: "Pobre geração a minha
...", de João Barroso da Fonte
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cedida por um Veterano
http://ultramar.terraweb.biz/06livros_camilorebochovaz.htm